terça-feira, 29 de março de 2011

Projecto português pode vir a ser usado nos aeroportos de todo o mundo

O projecto português «Mala Segura» – projecto desenvolvido pelo PIEP da Universidade do Minho, com a parceria de quatro empresas e um centro de investigação –, um sistema “inteligente” de localização e monitorização de malas, pode vir a ser usado nos aeroportos de todo o mundo, caso seja aprovado pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).

A tecnologia inovadora garante a monitorização em permanência e a nível global, graças à incorporação na espessura das bagagens de dispositivos como o RFID (“radio frequency identificator”), WSN (“wireless sensor network”) e GPS/GSM (“global positioning system”). Através de uma simples aplicação no telemóvel, qualquer pessoa poderá controlar onde andam as suas bagagens e se já entraram ou não no avião/comboio/avião.
O projecto foi desenvolvido pelo Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros (PIEP) da Universidade do Minho, em Guimarães, com a parceria de quatro empresas e um centro de investigação (ANA - Aeroportos de Portugal, SETSA - Sociedade de Engenharia e Transformação, Critical Software, Tecmic - Tecnologias de Microeletrónica e INOV-Inesc Inovação).

O director do projecto do PIEP, Bruno Pereira da Silva, explica que estas malas podem ser usadas no transporte aéreo, marítimo, ferroviário ou rodoviário, mas a gestão aeroportuária pode valer mais de 90 por cento do mercado. A solução desenvolvida respeita as especificações da IATA, que defende a introdução do RFID no rastreamento de bagagens a nível mundial.

Malas Extraviadas
Alguns aeroportos já usam esta tecnologia, anexando manualmente as etiquetas em cada mala e investindo dez cêntimos por passageiro, o que se reflecte nas taxas cobradas nos bilhetes. Porém, se as bagagens tiverem aquele dispositivo incorporado o custo passa para o passageiro apenas quando compra a sua mala, o que deve facilitar a generalização do conceito.

O consórcio Mala Segura submeteu em Janeiro um pedido de patente ao Instituto Português da Propriedade Industrial (INPI), para proteger o sistema concebido, sublinha Bruno Pereira da Silva. O projecto decorreu durante 30 meses e teve 2,5 milhões de euros de investimento, sendo 1,5 milhões co-financiados pelo Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN).

O propósito da pesquisa foi “inverter a tendência de crescimento das malas extraviadas por passageiro, principalmente na aviação civil”. Em 2009 ter-se-ão extraviado dez mil bagagens por dia nos aeroportos da União Europeia e 90 mil a nível mundial, ou seja, 600 mil por semana e três milhões por mês, representando um custo global de três mil milhões de euros – o que é determinante parai a própria sustentabilidade do negócio.