segunda-feira, 14 de março de 2011

Ficheiros Secretos: a verdade está na Internet (WikiLeaks)

Os documentos divulgados pelo site WikiLeaks abriram a discussão sobre o destino da Internet. A partir de agora só há dois caminhos: reconhecer a web como um espaço de liberdade de expressão ou acabar com a Internet como hoje a conhecemos.

Pegue em centenas de documentos confidenciais, junte-lhe uma boa dose de tecnologia capaz de armazenar e seleccionar toda a essa informação, e depois sirva o resultado final na Internet. O resultado chama-se WikiLeaks, ou uma “linha de fuga” à escala global. O seu criador, Julian Assange, um australiano de 39 anos e antigo hacker, decidiu criar um site para dar a conhecer ao mundo a verdade sombria sobre os poderes mundiais dominantes. “Um sistema, imune à censura, de fuga maciça de documentos inacessíveis destinados à análise pública”. É assim que Assange define a sua criação. De “insurreição mediática”, como lhe chamou um jornalista americano, a “porteira coscuvilheira”, na metáfora do humorista português José Diogo Quintela, a palavra WikiLeaks tem-nos chegado muitas vezes ao ouvido.

A redacção do site WikiLeaks está sedeada num bunker, a 30 metros de profundidade, construído nos tempos da Guerra-fria e que fica numa zona montanhosa de Estocolmo, na Suécia. Este bunker, capaz de resistir a um ataque nuclear, tem apenas uma entrada, protegida por uma porta blindada, atrás da qual Julian Assange guarda os servidores com a informação secreta.

De acordo com a Wikipédia, a WikiLeaks é uma organização internacional sem fins lucrativos que publica documentos, imagens e outras informações, privadas, secretas ou confidenciais. Todos os documentos são enviados por fontes anónimas, e segundo a WikiLeaks, não é possível identificar essas pessoas, logo não é possível puni-las. Mas apesar do nome, a WikiLeaks não é uma wiki, isto é, não permite aos leitores editarem os conteúdos divulgados no site.

Apesar do domínio WikiLeaks.org ter sido registado em Outubro de 2006 e a publicação do primeiro documento ter sido divulgado em Dezembro do mesmo ano, a WikiLeaks saltou para as primeiras páginas dos jornais mais recentemente, com a publicação, em Abril passado, de um vídeo gravado em Julho de 2007, que mostrava a morte de vários civis iraquianos durante um ataque aéreo das forças militares dos Estados Unidos. No mesmo mês, a organização ganhou mediatismo com a divulgação de mais de 76 mil documentos secretos do governo americano sobre a guerra no Afeganistão. Desde então, a WikiLeaks tem estado imparável na sua “missão” de dar a conhecer ao mundo as más práticas governamentais e institucionais.